A
marca registrada é o principal elemento de distinção entre empresas,
produtos e serviços. Ela representa a identidade do negócio, seu posicionamento
de mercado e sua reputação
A
disputa judicial entre o renomado chef Helio Makoto e uma rede internacional de
restaurantes com nome semelhante, julgada recentemente pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP),
reacendeu o alerta para a importância
do registro de marca como ferramenta essencial de proteção empresarial.
No
caso, o chef brasileiro, que atua no país desde 2017, obteve decisão favorável para garantir a
exclusividade de uso de sua marca em todo o território nacional,
mesmo diante da atuação de concorrentes no mesmo segmento gastronômico. A
confusão causada pela semelhança
de nomes e identidade visual levou à judicialização do
conflito, com alegações de prejuízos à reputação e indução do público ao erro.
A
vitória de Makoto reforça uma lição importante para o meio empresarial: sem o registro formal da marca, o
negócio fica vulnerável à concorrência desleal e à apropriação indevida da
identidade da empresa.
Por
que registrar uma marca?
A marca registrada é
o principal elemento de distinção
entre empresas, produtos e serviços. Ela representa a
identidade do negócio, seu posicionamento de mercado e sua reputação junto aos
consumidores.
No
Brasil, o registro é feito perante o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e
é regulamentado pela Lei
nº 9.279/1996 (Lei da Propriedade Industrial). O pedido pode
incluir nome empresarial, logotipo, símbolos, embalagens e outros sinais distintivos.
Ao
obter o registro, o titular passa a ter:
Direito
de uso exclusivo da marca em todo o território nacional;
Poder
para licenciar ou ceder a marca a terceiros;
Mecanismos
legais para impedir o uso indevido por concorrentes;
Base
jurídica para ações de indenização por danos à reputação ou à imagem da empresa.
Riscos
de atuar sem proteção legal
Empresas
que operam sem o devido registro de marca estão mais sujeitas a:
Ações
judiciais por uso indevido de marca preexistente;
Perda
de identidade visual no mercado;
Confusão
com concorrentes e danos à imagem do negócio;
Obstáculos
para expansão, licenciamento ou franquias.
Além
disso, o simples uso da marca no dia a dia — como em redes sociais, sites e
materiais publicitários — não
garante a exclusividade legal. A proteção real só se
concretiza com o
deferimento do pedido de registro junto ao INPI.
Orientação
estratégica para empresários
Antes
mesmo de iniciar formalmente um negócio, é essencial que o empreendedor:
Verifique
a disponibilidade do nome/marca junto ao INPI;
Registre
sua marca como parte do planejamento jurídico e comercial;
Monitore
o uso indevido por terceiros e adote medidas rápidas em caso de
violação.
A
prevenção jurídica é um investimento que garante segurança ao crescimento da empresa,
protege contra litígios e fortalece
a imagem no mercado, inclusive em futuras negociações com
investidores ou expansão para outros territórios.
Vitor
Henrique Mainardes - Especialista em Direito Civil e Empresarial pela
PUC/PR e advogado no escritório Alceu
Machado, Sperb & Bonat Cordeiro Advocacia
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